quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Gratidão


GRATIDÃO

Bendito "não" que me levou a um bem maior por meio de um acolhedor sim.
Bendita recusa que me motivou ao movimento, à procura, à outros espaços, levando-me ao encontro da aceitação.
Benditas portas que se fecharam, incitando-me a encontrar portas abertas, com acolhedores espaços.
Benditos caminhos tortuosos, que me fizeram, ansioso por caminhos melhores, os encontrar.
Bendita dor que, magoando-me, fez-me forte, para considerar algumas dores, trivialidades da existência.
Benditos sofredores que, sofrendo, fizeram-se forte e me inspiraram, ainda em minha fraqueza, fazer-me forte.
Bendito sim.
Bendita aceitação.
Benditos caminhos melhores.
Bendita força.
Bendita inspiração.
Bendita vida, com seu não, sua recusa, portas fechadas, caminhos tortuosos, sua dor, seus sofredores.
Bendita vida, com toda a sua potencialidade de superação e a possibilidade de uma realidade aprazível.

BENDIZE, ó minha alma, ao SENHOR, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome. (Sl 103:1 )


Lailson Castanha

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Escrevo e descrevo

ESCREVO E DESCREVO

Essa passagem linda chamada vida é privilégio grande para não ser retratada.
Escrevo porque vivo, e porque vivo vida de gente: gente que pensa, percebe, vê, sente e por isso escreve.
Escrever, é, também, testemunhar. É retratar por escritos belas e terríveis sensações, que por suas peculiaridades, pela riqueza de serem únicas, não devem ser ignoradas e nem sofrer o desprezo chamado omissão.
Escrevo o que vivo e o que penso que vivo, mas se pensar é também viver, escrevo minha existência, escrevo o que sou - e sou, como ensina o Mestre Ortega -, eu e a minha circunstância.
Escrevo porque valorizo a existência e o seu repertório de experiências a mim dispensado. Me apropriando de um dos itens do menu existencial, escolho um prato de meu cardápio existencial: uma experiência que vivi, na forma de uma paisagem que conheci, de uma pessoa que me encantou, ou me aborreceu, entre outras experiências, e escrevendo, me alimento e oferto a mesma alimentação por mim digerida, em palavras, para que me lê.
Escrevo e descrevo porque, assim fazendo, me alimento e, penso: te alimentarei, quando leres o item que - exposto diante de teus olhos, te ofereço -.

Lailson Castanha