ESCREVO E DESCREVO
Essa passagem linda chamada vida é privilégio grande para
não ser retratada.
Escrevo porque vivo, e porque vivo vida de gente: gente que pensa, percebe, vê, sente e por isso escreve.
Escrevo porque vivo, e porque vivo vida de gente: gente que pensa, percebe, vê, sente e por isso escreve.
Escrever, é, também, testemunhar. É retratar por escritos
belas e terríveis sensações, que por suas peculiaridades, pela riqueza de serem
únicas, não devem ser ignoradas e nem sofrer o desprezo chamado omissão.
Escrevo o que vivo e o que
penso que vivo, mas se pensar é também viver, escrevo minha existência, escrevo
o que sou - e sou, como ensina o Mestre Ortega -, eu e a minha circunstância.
Escrevo porque valorizo a
existência e o seu repertório de experiências a mim dispensado. Me apropriando
de um dos itens do menu existencial, escolho um prato de meu cardápio
existencial: uma experiência que vivi, na forma de uma paisagem que conheci, de
uma pessoa que me encantou, ou me aborreceu, entre outras experiências, e
escrevendo, me alimento e oferto a mesma alimentação por mim digerida, em
palavras, para que me lê.
Escrevo e descrevo porque, assim fazendo, me alimento e,
penso: te alimentarei, quando leres o item que - exposto diante de teus olhos,
te ofereço -.
Lailson Castanha
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