O VALOR DA VIDA AUTÊNTICA
Tenho pensado muito na importância da vida simples, na vida que intimamente assumimos como realmente pessoal, ou, não artificial.
Nós, ocidentais hodiernos, temos a tendência de construir em nossa existência dois modelos de vida: a vida simples, despojada de ostentações e a vida ostensível – modelo que usamos para nos apresentar às pessoas que não fazem parte de nosso círculo íntimo, a fim de nutrir apelos e exigências que nos são estranhas, porém, que nos dão a sensação de familiaridade e de naturalidade com os modelos sociais. O problema da vida ostensível, que usamos para nos apresentar como pessoas sintonizadas com os modelos dominantes, é que, em muitos casos, termina por implicar uma total rejeição a vida simples; com isso, nossa vida postiça termina por sufocar nossa naturalidade, e assim, sem perceber, acabamos por rejeitar nossa simplicidade.
Aspiro assumir-me integralmente, como pessoa, e não como protótipo de um determinado estilo de vida -, que influencia boa parte da camada social, por força de seu apelo de inclusão. Sei que a pressão social tem força para constranger aqueles que não cedem a seus apelos, por mais loucos que sejam -, fazendo parecerem loucos, aqueles que não cedem a suas loucuras. Porém, e apesar da pressão e dos riscos, quero assumir-me -, mesmo que o preço a pagar seja alto, pois, mais alto preço é negar-se a si mesmo: o que somos; nossa origem e naturalidade. Não fui criado para abandonar, resignadamente, meu caráter, meus gostos (por mais pueris que sejam), valores - absorvidos desde a minha infância, personalidade -, em troca de valores, gostos e posturas postiças, que tem sua validade atrelada à aceitação e status social. Fui criado com um forte imperativo – “se valorize!” – assim me ensinou meu pai -, “nunca se diminua, nunca imite os outros!”.
Oxalá, compreendamos o valor da diversidade e a riqueza de um convívio em que possamos aprender e comungar, com autenticidade, na diversidade; em que haja, com naturalidade, a aceitação ou rejeição de ideias e costumes sejam eles, de pessoas, culturas ou classes - como uma efetiva opção, em detrimento a pressão de um estabelecido modelo social ou cultural, mesmo que sua oferta seja a desejada inclusão.
Lailson Castanha
Luto com meu silêncio - meu grito pessoal/íntimo - por manter-me integral, tal qual terra.
ResponderExcluirNão negando-me; envolta em máscara e maquiagem evocando inclusão na sociedade modelada.
Ser terra mesmo que reduzida a pó; poeira.
Ser o que o ser é...ser em si, estando onde estiver.
Deposito com cuidado minha pré ocupação social nessa premissa - parafraseando nossa avó materna,"Marieta": Conheço a terra em que piso e o lugar que ocupo.Faço valer o meu Eu.
E como disse o pensador: Mentir pra si, não tem perdão.
Sigo em meu silêncio ora audível:EU EXISTO!
Você existe, minha irmã Neide
ResponderExcluirPeculiarmente...
O sorriso bem audível sonoriza sua existência.
A narrativa detalhada, que, por hora, se perde nos detalhes
estereotipa a sua existência.
Os conflitos, as angústias -; a tentativa de superá-los
problematiza a sua existência.
A cativação de seus gestos e modos de sua presença, romantiza sua existência.
Sua ausência, também, filosoficamente acentua a sua existência,
como que, implicitamente afirmando:
Se está ausente é porque não está presente,
se o não ausente, mesmo que não – está no presente – a Neide É,
embora, ausente.
E se é, logo existe.
Você existe, minha irmã, inclusive, em meu coração.