Quer se trate dum condutor do metropolitano, que de manhã à noite perfura bilhetes com uma vaga inconsciência, quer se trate dum pequeno rendeiro que dormita instalado no seu conforto, há vidas que nos levam a sentir-nos mal, pois que pensamos que são quase funcionalizadas, e que nelas vão estiolando, pouco a pouco, os secretos recursos, a capacidade de admiração e espanto. São, numa palavra, vidas sem mistério.
Face a tais inexistências, uma incoercível exigência se apodera de nós, a necessidade de um tudo isso descobrir um mistério, uma secreta plenitude do ser que não se reduza, como a aparência que temos perante os olhos, a um suceder de estados inconscientes, à história narrada por um idiota.
Uma tal exigência só pode ser reduzida ao silêncio por um ato arbitrário, um ato de violência que mutile a vida espiritual na sua própria raiz.
Face a tais inexistências, uma incoercível exigência se apodera de nós, a necessidade de um tudo isso descobrir um mistério, uma secreta plenitude do ser que não se reduza, como a aparência que temos perante os olhos, a um suceder de estados inconscientes, à história narrada por um idiota.
Uma tal exigência só pode ser reduzida ao silêncio por um ato arbitrário, um ato de violência que mutile a vida espiritual na sua própria raiz.
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MOUNIER, Emmanuel. Introdução aos existencialismos. Tradução de João Bernard da Costa. São Paulo: Livraria Duas Cidades, 1963.
Foto: Emmanuel Moinier
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