sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Contemplando a Graça.

Contemplando a Graça.

A vida por vezes nos faz vivenciar momentos difíceis. Sobre esses momentos – lamentamos, choramos, reclamamos. Ou seja, acentuamos com muita ênfase os desencontros criados por esses dolorosos momentos. Tornamo-nos amargos quando nos perdemos na exagerada ênfase aos desencontros existenciais vivenciados.

Somos seres de incríveis possibilidades. Vivenciando essas possibilidades, podemos tanto sofrer a dor vivenciada, vivenciar o desagravo sofrido, e reagir com palavras contra todos os desaforos lançados contra nós, como enxergar e nos aprazer com aspectos de um dom, de uma beleza, de uma benesse, de uma dádiva – somente percebido quando fechadas as influências de nossos empíricos sentidos. Quando, por momentos bloqueamos os influxos de nossas demandas e exigências carnais aos nossos sentidos – damos liberdade à ação de nossa percepção espiritual. Com isso, nossos sentidos, mesmo os físicos, alcançam uma visão, uma audição muito mais perspicaz, fazendo-nos perceber a ação da admirável, maravilhosa e dinâmica graça de Deus.

Há alguns anos venho testemunhando essa graça. Vi a ação da graça de Deus através da vida de meus familiares, amigos, companheiros de profissão, de idéias, livros, alunos, obras de arte, paisagens, as Sacras Letras, enfim nos mais variados meios.

De meus familiares - na vida de meus pais – Laerço dos Santos e Eliane Castanha, percebo, no carinho e atenção dispensados a meu favor – a sombra do maravilhoso favor Divino. Neles percebo a graça da proteção e do amparo.

De minha esposa Ana Claudia e filhos, Gabriel e Larissa, percebo a graça da presença. Em um mundo em que tantos se sentem sós, me alegro com a disponível presença de quem amo. Se precisamos de presença de alguém que amamos – a presença efetiva dos meus, me fez perceber que sou rico em graça divina.

De minha cunhada Andreza avisto sempre a graça da simplicidade – impedindo que eu perca a agradável visualização do simples.

Dos meus velhos amigos, principalmente o Sergio e a Naná Gaia – visualizei a graça no riso e na doação - em nossos momentos de alegria, ao som de boa música, e constante disposição de se associar a minha vida, e por consequência, a meus problemas.

Da companheira Marcia Araújo, comunguei com a graça do favor, da participação efetiva nos combates que seriam particulares, se a associação de minha companheira a esses entraves eliminasse deles o status de “problemas privados”.

Na vivência pedagógica passei por momentos que me deram a quase que sensação da privação da graça, pelo menos no aspecto profissional. Porém, o amigo André Luiz, com sua conduta profissional séria e comprometida, ilustrou-me a graça em forma de comprometimento, como algo de bom que pode surgir até mesmo em ambientes onde o a falência do comprometimento pessoal e a seriedade parecem já serem atestadas.

Vi a graça de Deus na troca de ambiente profissional. A graça da passagem. No atual ambiente em que trabalho, tive a honra de conviver com profissionais que de várias formas mostraram aspectos graça de Deus.

Na vida da companheira Socorro Bastos – observei a graça da força de vontade e do engajamento. Não da força rústica do braço, mas na singela força de alguém que se dispõe a colaborar com o novo – desde que esse novo seja uma contribuição pessoal, cultural ou pedagógica.

A graça de Deus se fez percebida na companhia de Maiko Leandro. Na postura ética desse novo companheiro, percebi a graça da companhia agradável e sóbria. Sua presença tem a força de constranger posturas individualistas arrogantes e antiéticas.

Vi o sorriso em sua forma plena no rosto da colega Michela Luiza, juntamente a sinceridade e comprometimento. Na Michela, contemplei a graça como um dom alegre – que nos fortalece para assumir compromissos que nem sempre nos dão algo direto em troca.

A graça, já dizia Paulo, o apóstolo, é multiforme. Com a forma de criatividade, razoabilidade e de ação – testemunhei a presença da Graça em minha recente proximidade com o companheiro Gilson Costa.

Como a palavra que alegra, a graça de Deus se fez visível nos bate-papos formais ou informais com os professores Roberto, Tiago Oliveira, Fábio e Felipe David, as professoras Cenira, Edna, Wandir, Cláudia, Ideuza, Leila e Elizângela. Grandes e interessantes troca de idéias.

Vi a graça de Deus, nas trocas de idéias com os companheiros e companheiras, professores Marcos, Leonardo, na forma de alegria, reflexão ou mesmo, descontração. O companheiro Amaury também, com seu caráter e postura foi um transmissor da graça e também a companheira Carla, que transmitiu-me a graça como forma de disponibilidade; agindo de maneira disponível e sempre sorridente.

Muitos alunos também se fizeram como demonstradores da graça de Deus. Na atenção por eles dispensada – às simples reflexões filosóficas abordadas em sala de aula, me deparei com a graça da misericórdia. Graça que possibilitou que tão pequena empresa e tão pouco saber, se fizesse valorizado por mentes sedentas de conhecimento.

Na troca de ideias física ou virtual com o companheiro personalista Daniel da Costa, vi a manifestação graciosa do Logos, que nos ajuda a manifestar agindo ou verbalizando a razão da esperança que nos move. Essa mesma manifestação percebi nos livros lidos, mesmo naqueles em que a concordância não foi alcançada. Através de leituras dissonantes, alcancei mais argumentos para construir minha pessoal imagem da vida. Dá-lhe Mounier – que foi um instrumento direto da graça de Deus para influenciar a filosofia a pensar na pessoa e através da pessoa escutar e visualizar aquEle que está além dela e as coisas que estão ao seu derredor. Emmanuel Mounier surgiu em minha vida como a graça do despertamento pessoal e da exortação a vivência da palavra que se professa. Embora ainda esteja distante da efetividade dessa vivência – essa graça em forma de exortação, me constrange da minha atual condição de ser - quem fala sem Ser, ou seja, sem viver a palavra falada. A graça exortativa me incomoda sem deixar de me consolar – pois aquele que havia dito, o bem que quero fazer esse eu não faço, mas o mal que não quero fazer esse eu faço, teve como uma de suas últimas asserções: combati o bom combate, acabei minha carreira e guardei a minha fé. Com essas revelações, as Escrituras além da graça da palavra revelada, se revela a mim como a graça das possibilidades – inclusive a possibilidade de vencer o atual estado de impotência - de não conseguir fazer o bem que deseja, para a efetividade da ação benévola.

Contemplei também a graça como manifestação das possibilidades de superação e da liberalidade, nos trabalhos do companheiro de ideias Paulo Cesar Antunes em prol da Teologia Arminiana no Brasil -, que com o site Arminianismo.com - http://arminianismo.com/ – tirou o arminianismo, pelo menos na internet, do ostracismo, e através de seu gratuito esforço, tem ajudado a apresentar com propriedade essa linha teológica tão detratada e mal compreendida. No esforço do também companheiro Douglas, a graça se apresentou como estímulo, fazendo-me perceber, que acima de qualquer engenho humano que visa bloquear uma ideia ou ação – a graça de Deus dá-nos a liberdade de pensar e força para agir mesmo em meio à falta de recursos. Antes do esforço do companheiro Paulo César quase nada se conhecia sobre o arminianismo no Brasil. Agora, se associando a seus esforços, o amigo Douglas G. Martins nos oferece em seu site, Sociedade Arminiana em Língua Portuguesa, no endereço http://arminianos.wordpress.com/ interessantes textos de cunho arminiano/wesleyano – ajudando a transformar em fartura o que era no Brasil escasso, a saber a Teologia Arminiana. Portanto, na doação desses dois companheiros de idéias – vejo a graça de Deus como presenteadora e facilitadora, oferecendo-me recursos intelectuais em prol do alcance de mais conhecimento, mesmo em um ambiente quase que árido para a realização da minha busca por esses citados recursos intelectuais – de caráter teológico arminiano/wesleyano.

As paisagens... As paisagens naturais não carecem de interpretação, observando-as podemos nelas nos alegrar. A beleza por si só transmite-nos alegria e prazer. Na alegria e no prazer transmitido pelas paisagens naturais, vivencio a graça da criação divina. E viu Deus que Era Bom... De minha parte, nas paisagens naturais, vejo a graça em forma de excelência e perfeição.

Nas paisagens artificiais e nas diversas manifestações artísticas, contemplo o homem criativo, imagem e semelhança de Deus. No privilégio de ser imagem e semelhança do Altíssimo, vejo a graça da doação e da proximidade entre Deus e os homens, vista de maneira mais plena como graça do amor, que por tamanha proximidade, teve por seus os nossos problemas, tomando para si o que seria o nosso calvário.

É muita graça.

Senhor, a sua graça me basta.
Obrigado por percebê-la.
Peço, que nos momentos em que não conseguir visualizá-la
Ela, da mesma maneira, multiforme
Se faça visível a minha anuviada percepção.

Amém.

2 comentários:

  1. Dá-me mais graça Senhor. Como dizia a canção passa o teus dedos nos meus olhos, vem me consolar!

    Q ELE me ajude a ver sempre os lampejos de sua graça. Obrigada por me lembrar hj Laílson veio bem a calhar. As últimas 36 hrs foram muito difíceis. E sua publicação embora não sane a dor me lembra ainda mais da possibilidade do consolo!

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  2. Te amo minha companheira de cristianismo e de lutas. Que Deus seja a tua força e o teu amparo.

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